Observo, espalhadas pelo chão,
as folhas de caderno amassadas
que levam minhas rimas rejeitadas.
Frustrado, busco tarde meu colchão.
Insone, ruminando a imperfeição,
relembro o poeta Galileu
que, ao ver poemas falhos, como eu,
dispôs-se a trabalhar na correção.
Sereno, abaixou-se até o chão,
pegou algumas folhas escolhidas,
refez as rimas pobres desprovidas
de encanto - restaurou-as com paixão.
Ó, Deus de toda luz e inspiração,
as folhas mostram bem: não sou poeta,
mas peço versos para ser profeta
e proclamar em Cristo a redenção.
* * *
Autor: Rogério Camargo Nery
Originalmente escrito em 17/11/2020, como tarefa do curso "A arte da composição cristã", ministrado por Stênio Marcius. Texto revisado pelo autor.
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