“...pois o caminho importa muito mais do que chegar!” – esta frase integra a canção da campanha publicitária de um plano funerário, veiculada atualmente em minha cidade (Cuiabá, junho/2021). Sempre que ouço a propaganda, acho meio funesta a relação desse trecho com a atividade empresarial divulgada. Fico pensando que, para um plano funerário, a “chegada” é a morte. Então, é melhor aproveitar o “caminho” e, na medida do possível, evitar a “chegada”, não é mesmo?
Não, não é! A verdade é que a forma como encaramos a morte fala muito sobre quanto a nossa cosmovisão está fundamentada no cristianismo. Nos dias atuais, a preocupação de muitas pessoas é alcançar um padrão de vida confortável e, tendo-o alcançado, prolongar ao máximo a sobrevivência para se deleitar em tudo que foi construído. Para quem pensa assim, de fato, o “caminho” sempre importará mais do que “chegar”.
Porém, o apóstolo Paulo mostra uma perspectiva diferente quando fala da própria morte, na carta escrita aos filipenses. Ele disse que desejava morrer, porque assim estaria com Cristo e isso seria incomparavelmente melhor. Só pode dizer tais palavras quem crê nas promessas de Deus para o porvir.
Considerar que o “caminho” importa mais do que “chegar” é falta de fé, daquela “certeza de coisas que se espera”. Paulo estava convicto do que lhe esperava após a morte e sabia que era lucro. Porém, quem não tem tal certeza obviamente valoriza mais o “caminho” do que a “chegada”, e busca, de todas as formas, torná-lo atrativo, confortável e prolongado.
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Autor: Rogério Camargo Nery
Originalmente escrito em 19/06/2021. Texto revisado pelo autor.
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