Ter filhos é uma provação. Não
estou dizendo que é ruim. Estou dizendo que prova a nossa fé: desafia-nos a
confiar em Deus e a colocar Sua vontade antes da nossa. E Deus nos diz, através
de Tiago, que provação deve ser motivo de toda alegria (Tg 1.2). Não é correto
pensar que provações são apenas as adversidades que nos sobrevêm de surpresa.
Existem provações que nós voluntariamente devemos abraçar porque Deus requer
isso de nós. Ter filhos é uma delas.
Ter filhos é uma bênção. Isso não
depende de você e nem do seu filho. Depende unicamente de Deus. Ou seja, filhos
não são bênção porque são fofinhos e amáveis. Eles são bênção porque Deus diz
que é. Nós exaltamos o poder da palavra de Deus, que disse “haja luz!” (Gn 1.3)
e fez acontecer, mas desconfiamos do poder dessa mesma palavra quando diz que
“herança do Senhor são os filhos (...), feliz o homem que enche deles a sua
aljava” (Sl 127.3, 5). Porém, quando Deus diz que é, simplesmente é!
Ter filhos é contrariar o
pensamento contemporâneo. O espírito do presente século é antropocêntrico,
egocêntrico e hedonista. Nós fomos sutilmente contaminados a conta gotas,
durante nossa vida inteira, com o pensamento evangelicalista-contemporâneo de
que filhos são bênção na medida em que suprem nossa necessidade de sermos pais
e mães. Por isso, julgamos que filhos são bênção “no momento” que supra minha
vontade de ser pai, e “na quantidade” que supra minha carência de ser mãe.
Talvez você nunca tenha dito isso em voz alta. Talvez você nunca tenha pensado
isso conscientemente. Porém, essa mensagem foi implantada no seu subconsciente
a vida toda, e está lá, em algum canto, só podendo ser retirada quando a
Palavra de Deus a retirar.
O pensamento contemporâneo sobre
paternidade/maternidade me angustia, não só por causa da forma como os cristãos
atuais encaram a questão, mas também, e principalmente, pela forma pouco
incentivadora como o assunto é abordado nas conversas. Gostaria, então, de
deixar aqui alguns contrapontos ao pensamento contemporâneo dominante:
- Primeiramente, tenha filhos. Queira
intensa e honestamente tê-los. E tenha!
- Incentive todos os casais legitimamente casados a terem filhos.
- Nas rodas de conversa, não murmure pelas
dificuldades de ser pai ou mãe, mas enfatize a glória de ser instrumento de
Deus para a ampliação do Reino através do nascimento de cada novo “cristãozinho”.
- Coloque diante de Deus as
questões de “quando” e “quantos” filhos ter. Submeta essa decisão à vontade de
Deus, que está revelada nas Escrituras. Não use a paternidade/maternidade para satisfazer suas
próprias necessidades ou expectativas egoístas.
- Por fim, busque, a qualquer
custo, a glória de Deus através de sua família.
(1) A frase do casal Napoli foi
extraída de https://apmt.org.br/rev-marcos-napoli-e-priscila-4/, acessado em 21/05/2021.
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Autor: Rogério Camargo Nery
Originalmente escrito em 21/05/2021. Texto revisado pelo autor.
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